Domingo, 16 de Novembro de 2025 - 00:06:18

Turismo ufológico coloca Mato Grosso na rota de aventureiros e curiosos de todo o mundo; confira

Na Serra do Roncador, temos um dos maiores índices de avistamentos de objetos voadores não identificados do mundo. Caminhoneiros, indígenas, moradores

Crédito da Foto: Assessoria/Sedec

“Há mais mistérios entre o céu e a terra do que sonha nossa vã filosofia”, escreveu Shakespeare — e essa reflexão continua atual. Para Kátia Xavier, natural de Varginha (MG) e uma das testemunhas do emblemático Caso ET de 1996, a frase ganhou um significado profundo após vivenciar um breve e enigmático encontro com o que ela acredita ser um ser de outro planeta.

Kátia esteve em Cuiabá durante a Feira Internacional de Turismo do Pantanal (FIT Pantanal), realizada de 5 a 8 de junho no Centro de Eventos do Pantanal. Ela compartilhou sua experiência no painel “Ufoturismo – uma nova fronteira entre enigmas e turismo”. Com simplicidade e emoção, ela relembrou o momento que mudou sua vida.

“Vi uma criatura estranha. Foi muito rápido, mas houve uma troca. Ele me olhou e, por telepatia, me disse que estava sofrendo. Aquilo ficou marcado em mim”, contou. Na época com 24 anos, Kátia não compreendia o que havia vivido. “Não se falava sobre isso, ninguém explicava. Com o tempo, terapeutas e ufólogos me ajudaram a entender. Hoje, acredito que fui escolhida para passar por essa experiência. Minha visão de mundo mudou.”

A jornada de Kátia representa um movimento crescente: o turismo voltado à ufologia. Em Mato Grosso, a cidade de Barra do Garças tem se destacado como um dos principais polos de ufoturismo do país. O jornalista e pesquisador Genito Santos é um dos grandes entusiastas do tema e defende que a região pode se tornar referência mundial.

“Na Serra do Roncador, temos um dos maiores índices de avistamentos de objetos voadores não identificados do mundo. Caminhoneiros, indígenas, moradores... são muitas histórias semelhantes, de pessoas que nunca se conheceram”, explica Genito. Além da serra, Barra do Garças abriga o Discoporto, espaço temático voltado à ufologia que já se tornou um símbolo local.

Genito também compartilha um episódio vivido em 2007: “Fui seguido por um objeto enorme e alaranjado. Ele parecia ter vida. Depois disso, mergulhei de vez no universo da ufologia.”

A aura mística da região é reforçada pela lendária expedição do britânico Percy Fawcett, que desapareceu em 1925 em busca de uma civilização perdida na Serra do Roncador — aventura que teria inspirado a criação do personagem Indiana Jones. Há quem acredite que Fawcett encontrou um portal interdimensional, alimentando ainda mais o imaginário em torno da região.

Para Maria Letícia Costa, secretária adjunta de Turismo de Mato Grosso, o ufoturismo é uma aposta promissora: “Esse tipo de turismo atrai visitantes curiosos, conectados à espiritualidade e à natureza. Mato Grosso tem vocação natural para desenvolver esse segmento com criatividade e responsabilidade.”

Ataíde Ferreira, presidente da Associação Mato-grossense de Pesquisas Ufológicas e Psíquicas (AMPUP), reforça o potencial do tema, apesar do preconceito ainda enfrentado: “O interesse pelo assunto tem crescido. Cidades como Varginha (MG), Peruíbe (SP), Chapada dos Veadeiros (GO) e Chapada dos Guimarães (MT) já são procuradas por quem deseja entender fenômenos misteriosos.”

Ele também relembra um fato histórico: o primeiro registro em imprensa brasileira de um avistamento de OVNI ocorreu em 26 de novembro de 1846, assinado por Augusto Leverger, o Barão de Melgaço, na Gazeta Oficial do Império do Brasil. Leverger relatou um objeto luminoso que se fragmentou no céu, sobre sua cabeça.

Ferreira argumenta que muitas lendas e mitos brasileiros podem ser fruto da tentativa de explicar o inexplicável. “O Curupira, por exemplo, pode ter sido inspirado por relatos indígenas de pequenos seres iluminados que caminhavam pelas florestas. Com o tempo, esses relatos foram reinterpretados.”

Até mesmo o “minhocão”, figura lendária de Cuiabá, poderia estar relacionado a fenômenos aéreos ou aquáticos não identificados, com aparência semelhante a serpentes luminosas.

Para Ferreira, esses elementos são pistas de que o desconhecido sempre esteve presente em nosso imaginário. “Cabe a nós investigar com seriedade e respeito.”

A AMPUP atua em várias frentes no estado, como em Barra do Garças, Chapada dos Guimarães, Barão de Melgaço e Tesouro, promovendo o conhecimento e valorizando esses fenômenos como parte da identidade cultural e científica local.

“A mente humana e o universo ainda guardam muitos segredos. Nossa missão é buscar compreendê-los”, conclui Ataíde.



Autor: Da Redação
Data: 09/06/2025