Polícia Civil promove capacitação sobre investigação de desaparecidos com participação de sete estados

A Polícia Civil de Mato Grosso deu início, nesta segunda-feira (2), ao curso “Investigação Policial Aplicada à Busca e Localização de Pessoas Desaparecidas”, realizado na sede da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), em Cuiabá. A capacitação é promovida pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, por meio da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), em parceria com a Coordenadoria da Política Nacional de Busca de Pessoas Desaparecidas.

Com carga horária de 40 horas, o curso reúne 40 policiais civis de diversas regiões do país, entre eles agentes de Mato Grosso, Rio de Janeiro, Ceará, Goiás, Mato Grosso do Sul, Amapá e Piauí. O objetivo é aperfeiçoar as técnicas de investigação voltadas para casos de desaparecimento, abordando aspectos legais, metodologias de apuração, comunicação com familiares e o uso de ferramentas tecnológicas.

A delegada-geral da Polícia Civil, Daniela Silveira Maidel, destacou a importância da qualificação. “Lidar com desaparecimentos é trabalhar com a dor e a angústia de famílias que buscam respostas. Por isso, precisamos estar cada vez mais preparados para oferecer respostas rápidas e humanizadas”, afirmou.

Coordenadora do Núcleo de Pessoas Desaparecidas da DHPP e responsável pela formação, a delegada Jannaína Paula Brito de Souza Silva ressaltou que a capacitação busca transformar a abordagem dos profissionais em relação aos desaparecimentos. “Cada caso pode esconder um crime grave como homicídio, feminicídio ou sequestro. A investigação preliminar é fundamental para dar o rumo certo ao trabalho policial desde o início”, disse.

Desde que foi criado, o curso já qualificou 178 profissionais em todo o Brasil. A edição atual é a segunda em formato regionalizado, reforçando a atuação conjunta das forças de segurança de diferentes estados. Além de policiais civis, participam servidores da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec).

Iara Buoro Sennes, coordenadora da Política Nacional de Busca de Pessoas Desaparecidas da Senasp, destacou que o conteúdo do curso abrange desde o acolhimento inicial às famílias até a análise de dados e registros, incluindo o uso de bancos de dados abertos, fontes fechadas e a articulação com os serviços de identificação humana.

Em Mato Grosso, a aplicação das diretrizes nacionais já tem produzido resultados expressivos, como a identificação de pessoas que estavam registradas como desaparecidas, mas já haviam falecido. “Tivemos casos de vítimas sem identificação que morreram em hospitais ou por causas naturais e foram reconhecidas apenas anos depois, graças à coleta de digitais e ao cruzamento com material genético de familiares”, contou Jannaína.

A capacitação reforça o compromisso da Polícia Civil com o aprimoramento da atuação investigativa e a valorização da vida, promovendo justiça e acolhimento às famílias que vivem o drama do desaparecimento de entes queridos.

Autor: Da Redação
Data: 30/11/-0001