Domingo, 16 de Novembro de 2025 - 01:40:00

Brasileira é detida ao tentar contrabandear 60 canetas com remédio experimental para emagrecimento

A informação foi confirmada pela Receita Federal, que realizou a apreensão

Crédito da Foto: Divulgação

Uma brasileira de 31 anos, natural de Tauá, Ceará, foi presa no Aeroporto de Salvador, Bahia, na noite da última quarta-feira (4), ao ser flagrada com 60 canetas de retatrutida e 30 unidades do medicamento Mounjaro — ambos utilizados para emagrecimento — presas ao corpo. A apreensão foi confirmada pela Receita Federal.

A retatrutida é um medicamento experimental em fase 3 de testes clínicos, ainda não aprovado em nenhum país, conforme informou a farmacêutica Eli Lilly. Segundo a empresa, o remédio atua nos receptores de três hormônios (GLP-1, GIP e glucagon), promovendo perda de peso, controle da glicemia e redução de gordura no fígado. A Receita Federal não detalhou como a passageira obteve os produtos.

Apesar dos resultados promissores, a eficácia e segurança da retatrutida ainda estão sendo avaliadas, e o processo de aprovação regulatória pela Anvisa ou outras agências ainda não foi iniciado. Por isso, o medicamento não pode ser comercializado.

De acordo com a Receita Federal, a retatrutida possui maior potencial que o Mounjaro, pois age em três hormônios diferentes, ajudando a reduzir o apetite e aumentar a queima de gordura.

A passageira foi identificada por meio de um trabalho integrado das equipes da Receita Federal em todo o país, após alerta emitido pelo Aeroporto Internacional de Fortaleza. Ela chegou em um voo da Air Europa, vindo de Madri, com origem em Bruxelas, tendo Fortaleza como destino final.

A Receita lavrou um Termo de Retenção e encaminhou a mulher e os medicamentos para a Polícia Federal, configurando crime de contrabando. O nome da passageira não foi divulgado e sua defesa não foi localizada.

O valor de mercado estimado das canetas apreendidas é de R$ 400 mil, embora a passageira tenha declarado um valor de aquisição de R$ 50 mil.

Já o Mounjaro, também produzido pela Eli Lilly, foi recentemente liberado pela Anvisa para o tratamento da diabetes tipo 2 no Brasil. Seu princípio ativo é a tirzepatida, que age em dois hormônios e tem aplicação semanal, via injeção subcutânea, com doses progressivas. O remédio pode causar efeitos colaterais como hipoglicemia, náuseas e desconfortos gastrointestinais, e seu uso deve ser feito sob acompanhamento médico.

A aprovação do Mounjaro para tratamento da obesidade ainda está em análise no Brasil, embora já seja indicado para esse fim em outros países.

A Eli Lilly alertou para o aumento no contrabando e na venda de versões falsificadas e manipuladas da tirzepatida. Medicamentos que não sejam o original da empresa não passaram por testes de segurança e eficácia, representando riscos graves aos usuários.

A farmacêutica mantém parcerias com governos e autoridades para garantir a distribuição apenas do medicamento original e colaborar com investigações sobre falsificações e contrabando.

O Mounjaro é considerado um dos tratamentos mais inovadores da Eli Lilly para diabetes tipo 2, sendo o primeiro aprovado que age nos receptores dos dois hormônios incretínicos (GIP e GLP-1), promovendo redução rápida da hemoglobina glicada e do peso corporal em comparação com outras terapias.



Autor: Da Redação
Data: 08/06/2025